Foto: Divulgação O tráfico de drogas foi responsável por 87,7% dos casos de apreensão de adolescentes por atos infracionais em Araçatuba em 2017, de acordo com levantamento feito pela Promotoria da Infância e da Juventude local. Durante o ano, foram 245 adolescentes apreendidos, dos quais, 215 pelo delito.
Outro dado que chama a atenção é que, entre os adolescentes infratores que informaram fazer uso de entorpecentes, 123 disseram que fumam maconha, o que corresponde a 50,2% dos entrevistados, excluindo 60 que não responderam aos questionamentos.
“Os números mostram que o adolescente de Araçatuba, salvo algumas exceções, não é violento. Ele pratica o tráfico de drogas para garantir rendimentos ou sustentar o vício”, comenta o promotor de Justiça da Infância e da Juventude, Joel Furlan.
Um dos argumentos utilizados por ele para fazer a afirmação é que houve queda no número de apreensões de adolescentes por roubo na cidade, por exemplo. Em 2016, 23 garotos foram apreendidos por assalto, o que corresponde a 10,1% do total. Já no ano passado, os roubos representaram 5,3% das apreensões, totalizando 13 casos.
O tráfico está relacionado ainda a outras apreensões de adolescentes ocorridas no ano passado. Foram cinco por tráfico e porte de arma de fogo; quatro por tráfico e roubo; três por tráfico e furto; e três por tráfico e resistência. Também houve uma apreensão por ato infracional de tentativa de roubo e porte de arma de fogo.
De acordo com o promotor, o perfil do adolescente apreendido por tráfico de drogas mostra que ele acaba sendo vítima de uma situação, explorado pelo grande traficante. A maioria é proveniente de família sem estrutura e mora em bairros que não oferecem nada. “Na verdade, o tráfico acaba sendo um trabalho irregular. Eles possuem turno de trabalho, ganham por dia ou cota. Se o Estado não oferece, o criminoso oferece”, argumenta.
Com relação à falta de estrutura familiar, o levantamento mostra que, de 178 adolescentes apreendidos que informaram com quem moram, apenas dez disseram residir com o pai e com a mãe, o que representa 5,6% do total.
Os que residem só com a mãe são 37, ou 20,7% do total; e os que residem com a mãe e irmão são 36, ou seja, 20,2% do total. Vinte e seis moram com a mãe e outros e 17 com avós e outros.
Por fim, o levantamento traz um dado positivo em relação a 2016, pois os adolescentes apreendidos em 2017 têm idades que variam de 14 a 17 anos. No ano anterior, cinco deles tinham 13 anos e seis, 12 anos.
Fonte: Folha da Região
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