Foto: Divulgação A Polícia Civil localizou o galpão em Bauru utilizado pela quadrilha altamente especializada que atacou a agência da Caixa Econômica Federal e aterrorizou a cidade, na semana passada. O barracão, na quadra 3 da rua Amazonas, na Vila Coralina, servia como garagem dos veículos usados pelos criminosos no dia do assalto. O local, que estava vazio, foi vistoriado nessa terça-feira, 11, de manhã por policiais civis e federais. Segundo a polícia, o proprietário do imóvel não tem nenhuma ligação com o bando.
Uma equipe do Departamento Estadual de Investigações Criminais – Deic, também foi acionada para inspecionar o barracão, que fica às margens da rodovia Marechal Rondon e a apenas uma quadra da avenida Duque de Caxias. O imóvel teria sido escolhido justamente por sua boa localização e acesso a tais vias.
Na Duque, inclusive, foi onde uma viatura da PM fez o primeiro contato visual com o comboio, minutos antes dos ataques à agência bancária, que duraram cerca de uma hora e resultaram em uma intensa troca de tiros entre policiais militares e assaltantes.
O barracão foi identificado com base no depoimento dos dois homens presos na última quinta-feira em Rio Claro. Eles teriam indicado a região onde ficava o barracão e, a partir desta informação, a Polícia Civil de Bauru efetuou um rastreamento com imobiliárias da cidade, o que resultou na localização exata do imóvel, que serviu como garagem pelos ladrões.
O contrato de aluguel teria sido realizado por meio de imobiliária, com pagamento em dinheiro, adiantado. A hipótese é que o documento possa ter sido assinado por um laranja - pessoa que disponibiliza seu nome e até conta bancária, para que outra, utilizando tais dados, faça negociações ilícitas sem expor sua identidade.
O galpão, entretanto, não teria sido utilizado para guardar armas e explosivos, uma vez que, para tanto, seria necessário vigilância permanente ao imóvel, o que não ocorreu, segundo testemunhas. O caso foi encaminhado para a Delegacia da Polícia Federal de Bauru, que conduz as investigações.
O barracão possui portão eletrônico e janelas de vidros, sendo algumas com películas adesivas que impedem a visão do interior do imóvel - que fica em uma esquina, próximo a uma oficina mecânica e de frente com residências. Entretanto, os vizinhos não perceberam movimentação suspeita.
Na madrugada da quarta-feira da semana passada, dezenas de homens fortemente armados se envolveram em um intenso tiroteio de quase uma hora com policiais militares, explodiram o banco e fugiram com o conteúdo milionário de um cofre. Os bandidos usaram até drone para monitorar o policiamento. Após o crime, o grupo acabou abandonando vários carros blindados em Bauru, Botucatu e Macatuba.
Ainda na quarta-feira à noite, o Deic localizou e prendeu, em Rio Claro, José Luiz Milani, de 69 anos, e Caio Rossano Paternazi, 44. Eles, que estavam com dinheiro, munição e explosivos, são acusados de integrarem a quadrilha.
A Polícia Federal de Bauru representou pela prisão temporária dos acusados em relação aos crimes de roubo e associação criminosa.
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